Cautela com Haddad pesa no Ibovespa, mas acordo entre China e EUA anima exterior
Ministro da Fazenda vai à Câmara dos Deputados explicar medidas fiscais; dólar recua com trégua entre países

O Ibovespa opera em queda nesta quarta-feira, 11, aos 136,2 mil pontos, em meio à expectativa pela audiência pública na Câmara dos Deputados que contará com a participação do ministro da Fazenda, Fernando Haddad. O foco do mercado está nas explicações que serão apresentadas sobre as medidas alternativas ao aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).
No câmbio, o dólar recuava e era negociado a R$ 5,54 por volta das 11h30. A queda da moeda reflete também o movimento dos investidores diante do desfecho das negociações comerciais entre Estados Unidos e China, que, após meses de ime e trocas de acusações sobre o descumprimento de uma trégua de 90 dias, chegaram a um entendimento preliminar sobre a exportação de terras raras e ímãs industriais por parte da China. Esses insumos são considerados estratégicos para a indústria de alta tecnologia, incluindo setores como defesa, energia renovável e produção de semicondutores. A confirmação do acordo, feita por representantes dos dois países, representa um o importante para a normalização das cadeias globais de fornecimento e reduz parte das tensões comerciais que vinham pressionando os mercados. O entendimento, no entanto, ainda depende da aprovação final dos presidentes Donald Trump e Xi Jinping.
No cenário externo, os dados de inflação nos Estados Unidos contribuíram para o bom humor dos mercados e ajudaram a impulsionar as bolsas de Wall Street. O índice de preços ao consumidor (I) subiu 2,4% em maio na comparação anual, abaixo da projeção de 2,5%. Na variação mensal, o avanço foi de 0,1%, também aquém da estimativa de 0,2%. A leitura reforça a percepção de que as pressões inflacionárias nos EUA continuam em processo gradual de desaceleração. Embora o núcleo da inflação permaneça resistente, o resultado abaixo do esperado fortalece as expectativas de que o Federal Reserve poderá ter margem para começar a cortar os juros ainda neste ano, especialmente diante de sinais de moderação na atividade econômica.