‘Ou controlamos gasto ou jamais teremos arrecadação suficiente’, diz Motta 1u1e6v
Presidente da Câmara nega ‘mau humor’ no Congresso com despacho do ministro Flávio Dino, do STF, sobre emendas parlamentares ‘paralelas’ 2x5yk

O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), reforçou nesta quarta-feira a avaliação de que existe um “problema com gasto” no governo Lula e declarou que não vai ser aumentando a carga tributária que vai se resolver esse problema.
“Ou controlamos o gasto ou jamais teremos arrecadação suficiente para controlar as despesas, que estão aumentando de maneira vertiginosa”, disse o deputado em entrevista a jornalistas depois do Simpósio de Liberdade Econômica.
“Penso que chegou hora de o governo entender qual é a agenda possível de propor ao Congresso do ponto de vista desses ajustes”, afirmou Motta. “O governo precisa, além das medidas que vem fazendo chegar à Câmara, ao Senado, apresentar as medidas e junto delas apresentar um mínimo dever de casa de corte de gastos.”
Ele negou que haja um “mau humor” de parlamentares com o Palácio do Planalto por causa do despacho do ministro Flávio Dino, do STF, dando prazo de dez dias para o Congresso dar explicações sobre a suposta existência de emendas orçamentárias “paralelas”.
“Misturar a atuação do Supremo Tribunal Federal no momento em que estamos discutindo a política econômica do país é fazer uma associação que não cabe”, disse o presidente da Câmara.
O Radar mostrou, contudo, que Motta e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), telefonaram na terça-feira para a ministra Gleisi Hoffmann (Relações Institucionais) avisando que as pautas de interesse do governo no Legislativo iriam “parar” por causa da sequência de derrapadas na articulação política.
De acordo com Motta, o Congresso está “sofrendo as consequências” da aprovação tardia do Orçamento de 2025, cuja votação deveria ter sido concluída em dezembro do ano ado, mas só seguiu para o Executivo no fim de março.
“Sou um defensor claro da atuação parlamentar no que diz respeito ao Orçamento e tenho brigado muito para que essa execução possa ser agilizada, dentro do possível e dentro do rigor da lei”, afirmou. “Estamos praticamente no meio do ano e nenhuma emenda nossa chegou a ser empenhada ou paga.”