BBA vê futuro do Banco do Brasil sob risco e derruba projeção de lucro
Analistas cortam em 33% e 24% a previsão de lucro do banco público em 2025 e 2026, respectivamente, após balanço frustrante

Antes queridinho dos investidores, o Banco do Brasil definitivamente vive um momento de forte turbulência. Os analistas do Itaú BBA reduziram o preço-alvo das ações do BB de 29 para 25 reais e impam a classificação neutra para o desempenho dos papéis na bolsa de valores. Chama atenção a redução na projeção de lucro do banco público. O BBA cortou em 33% a previsão de lucro para o ano de 2025, a 25 bilhões de reais, e em 24% a previsão de lucro para o ano de 2026, a 30 bilhões de reais.
O movimento acontece depois de um balanço corporativo frustrante do Banco do Brasil. No primeiro trimestre, o lucro líquido recorrente foi de 7,4 bilhões de reais — uma cifra 20% menor do que a expectativa do mercado. Os analistas do BBA citam a piora na inadimplência e o aumento de provisões como principal razão para a pressão nos lucros e nos balanços do BB. Os analistas incorporaram cerca de 24 bilhões de reais em novas provisões diante do risco maior de inadimplência, sobretudo no agronegócio.
“Vemos aspectos econômicos e comportamentais impactando o desempenho do crédito, o que deve adicionar uma camada adicional de risco aos modelos de perdas esperadas. Os problemas de crédito do BB não se limitam ao agro. Como temos destacado, renegociações maiores em 2023-24 para clientes de varejo e corporativos estão se tornando inadimplentes e exigindo provisões”, escrevem em relatório enviado a clientes. “Espera-se que os próximos trimestres sejam piores do que o primeiro devido aos cronogramas naturais de pagamento/atraso do crédito, e não prevemos nenhuma melhora significativa este ano com a adição de provisões”, concluem.
Os fatos que mexem no bolso são o destaque da análise do VEJA Mercado: