À beira da extinção: pinguins-imperadores desaparecem em ritmo acelerado 5d4h73
Cientistas estimam que a maioria das colônias pode desaparecer até 2100 se o aquecimento global seguir provocando o colapso das plataformas de gelo 6q194h

A população de pinguins-imperadores na Antártica caiu 22% entre 2009 e 2023 — uma redução muito mais rápida do que o previsto por modelos computacionais anteriores. O dado alarmante é fruto de um levantamento com imagens de satélite analisadas por cientistas do British Antarctic Survey e publicado na revista Nature Communications: Earth & Environment. A região analisada concentra cerca de um terço dos indivíduos da espécie.
O número representa uma queda de 1,6% ao ano e sugere que os pinguins-imperadores podem estar desaparecendo em um ritmo “50% pior” do que os piores cenários já projetados, segundo o pesquisador Peter Fretwell, que liderou o estudo. A principal causa é a perda do gelo marinho em que esses animais se reproduzem, agravada por eventos climáticos extremos.
Gelo instável e filhotes perdidos 4t4y36
O derretimento do gelo tem causado o colapso de colônias inteiras. Em algumas regiões, a plataforma de gelo se rompe antes que os filhotes estejam prontos para nadar, fazendo com que eles caiam no mar e não sobrevivam. As perdas recentes foram tão intensas que, em 2022, quatro colônias da região do mar de Bellingshausen chegaram a ficar sem nenhum adulto registrado.
Além disso, a pesquisa sugere que o declínio populacional começou antes mesmo dos anos de colapso extremo do gelo, o que indica que outros fatores também estão afetando os animais. Entre eles, o aumento de chuvas precoces, que encharcam os filhotes e dificultam sua sobrevivência, e o avanço de predadores em regiões antes inóspitas.
Um futuro incerto 536z2v
Atualmente, estima-se que existam cerca de 250 mil casais reprodutores de pinguins-imperadores, todos na Antártica. Modelos climáticos já projetavam um risco elevado de extinção até 2100 caso as emissões globais de gases de efeito estufa não sejam drasticamente reduzidas. Agora, os pesquisadores alertam que as estimativas podem ter sido otimistas demais.
Ainda que os resultados se refiram a apenas uma parte da costa antártica, os autores afirmam que o padrão pode se repetir em outras regiões e defendem a reavaliação do status de conservação da espécie. Segundo os autores, o cená é grave — mas não irreversível. Se as emissões forem controladas, ainda é possível garantir a sobrevivência dos pinguins-imperadores nas próximas décadas.